terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OS 4 PRINCIPIOS DE MAHA-LAKSHMIE

OS 4 PRINCIPIOS DE MAHA-LAKSHMI
 
1- Generosidade
           À medida que se consegue dar, fica-se mais rico...
              Em um mundo em que o ter supera, muitas vezes, o ser, o sentimento de generosidade aparece contaminado por enfoques de doações materiais e estas, embora certamente ajudem , não alimentam a alma humana.
              A generosidade é filha do amor que, desligado de pré-conceitos e de interesses ocultos, abre as portas de nosso coração para que nos comuniquemos com o outro, de um modo mais solto, mais fácil e aberto.
              A generosidade é irmã da amizade que une e solidariza os homens, possibilitando o ultrapassar de suspeitas e de distâncias sociais e raciais.  
             Seus maiores inimigos serão o egoísmo, que nos cega, e o sentimento de posse, que não admite perdas ou concessões.
             Por outro lado, quando se consegue ser generoso com alguém, estados mentais positivos se instalam, estados que nos enriquecem por nos conduzirem a uma melhor saúde mental e à sensação de felicidade.
             Refletindo sobre generosidade, lembrei-me do texto "O último discurso"de Charles Chaplin, em que ele diz:
                   "Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.

               Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

               O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio ... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. 
                Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."          

A generosidade é uma prática do desapego
:: Bel Cesar ::


Não vejo diferença entre estar no ano 2000 ou no ano 900.
Os números são só uma forma de contar o tempo.
Se todos os dias a gente fizer coisas boas a mais e coisas ruins a menos,
vai ser possível a gente se libertar do sofrimento antes de o século terminar.

Lama Michel Rinpoche, aos 13 anos.

A primeira prática da travessia é a Paramita da Generosidade.

Segundo a filosofia budista existem quatro formas de generosidade:
- Partilhar os ensinamentos que geram paz interior da forma adequada à mente e à cultura das pessoas, sem esperar pagamento ou recompensa.
- Oferecer coisas materiais, como nosso corpo e nossos recursos.
- Oferecer proteção, consolo e coragem. Podemos proteger os outros de perigos de outros humanos, de não-humanos e dos elementos.
- Oferecer amor (oferecer incondicionalmente aos outros nosso tempo, apoio emocional, energia positiva e boas vibrações).

A generosidade é o antídoto da avareza. É o melhor investimento contra a pobreza emocional e material futura. Por meio da generosidade nos abrimos para a vida, perdemos o medo de nos comunicar.

Desenvolver a habilidade de sermos generosos é um ato de grande auto-estima.

Durante uma sessão de psicoterapia, uma paciente me perguntou nervosa: Mas, afinal de contas, o que é generosidade?. No impulso respondi: É a disponibilidade que temos de compartilhar nossa abundância. Então, com um tom de voz frustrado, ela me disse: Se eu estou sempre na falta, nunca vou poder ser generosa?. Então, conclui: Bom, só podemos dar o que temos, senão seria como fazer milagres com o santo do outro. Mas não medimos nossa generosidade por nossas posses, mas pela disponibilidade de compartilhá-las.

Existe um limite para a generosidade, já que, em termos concretos, não podemos oferecer tudo. No entanto, internamente, devemos, sem hesitação, estar sempre abertos a doar. Nós temos sempre algo para oferecer aos outros, mesmo que estejamos nos sentindo carentes.

Lama Zopa Rinpoche quando nos visitou em São Paulo, ficou impressionado com a quantidade de crianças carentes pedindo esmola na rua. Então, ele me disse: Em geral dizemos para os pedintes: ‘Desculpe, eu não tenho nada para te dar’. Seria melhor sorrir e se calar mantendo internamente um estado de querer oferecer alguma coisa, mesmo que concretamente você não lhe dê nada. Se você desejar que ele possa sair do sofrimento, já estará lhe oferecendo algo de positivo.

A prática de dar e receber ao mesmo tempo

A disponibilidade interna de oferecer algo está totalmente ligada à nossa auto-imagem. Na realidade, nós vivemos muitos conflitos em torno da prática de dar e receber. Muitas pessoas preferem dar a receber; outras, ao contrário, preferem receber e acham que nunca têm nada para oferecer. Quando nos alegramos verdadeiramente com algo que recebemos ou quando alguém está de fato feliz em nos oferecer alguma coisa, uma energia muito particular de alegria intensa é gerada. Por quê? Porque neste momento dar e receber ocorrem simultaneamente. São poucas as vezes que isso, de fato, acontece.

Isto me faz lembrar quando recebi as instruções de Lama Gangchen Rinpoche sobre o uso de suas pílulas abençoadas, conhecidas como as pílulas de recuperação da energia das Bodhichittas branca e vermelha. Essas pílulas são usadas na medicina tibetana. São feitas de ervas e pedras preciosas, uma receita muito antiga da linhagem de Lama Gangchen. A produção das pílulas requer um conhecimento muito preciso sobre influência das estrelas e dos planetas no crescimento e colheita das plantas medicinais. Normalmente elas são colocadas em um creme ou na água, que funcionam como o veículo para sua energia sutil, e são usadas nas bênçãos. Naquela ocasião, Lama Gangchen me disse: O poder destas pílulas está em sua força sutil. Basta passar os dedos sobre elas e pegar um pouco do creme. O poder delas jamais se extingue, pois elas são capazes de dar e receber energia ao mesmo tempo, ao contrário dos ocidentais que quando estão dando não pensam que podem receber e vice-versa.

Uma boa maneira de treinar a mente a oferecer algo com verdadeira generosidade, isto é, livre de qualquer sensação de apego ao objeto oferecido, e da idéia de receber alguma recompensa por este ato, é fazer oferendas de água num altar. Segundo a tradição budista, oferecemos água para aos Buddhas com os quais realizamos a prática de meditação. Não fazemos oferendas aos Buddhas porque eles necessitem delas, mas sim, para criar um potencial positivo e desenvolver nossa mente.

Em geral, temos muito apego, somos mesquinhos: ficamos com o maior e o melhor e damos para os outros somente o que não queremos mais. Por isso, sempre nos sentimos pobres e insatisfeitos. E sempre tememos perder o que temos. É para quebrar esses hábitos destrutivos causados pelo apego, que fazemos a prática das oferendas.

Oferecer a água é um bom treino para a verdadeira generosidade porque como ela é quase sempre acessível e abundante, podemos oferecê-la sem nos contaminar pelo sentimento de perda, tão comum quando temos apego por aquilo que estamos oferecendo. Após abençoar, com mantras e visualizações, os potinhos de água, não devemos vê-los como simples objetos, mas sim transformados na beatitude da sabedoria transcendental. No final do dia, podemos jogar a água dos potes sobre plantas para abençoá-las. Uma vez vazios, os potes devem ser colocados de lado, apoiados uns sobre os outros, e não emborcados.

Texto extraído do O livro das Emoções - Reflexões inspiradas na Psicologia do Budismo Tibetano de Bel César, Ed. Gaia.

2- PROTEÇÃO
PROTEÇÃO
    Significa o ato de proteger. É a dedicação pessoal àquele ou àquilo que dela precisa; é adefesa daquele ou daquilo que é ameaçado. O termo “proteção” tem sido utilizado por vários especialistas para englobar os demais: preservação, conservação, recuperação, etc. Para eles, essas são formas de proteção.

3- Hospitalidade 
Ação de acolher em casa por caridade ou cortesia:
o que é hospitalidade

Reflexões e Definições sobre Hospitalidade

Levantamento por autores

Esta tema é bastante abrangente e requer um estudo mais aprofundado sobre seu significado.  Ela vem de vários séculos através de grande número de ordens religiosas católicas, onde durante toda a Idade Média eram oferecidos alojamentos pelos mosteiros, principalmente para os peregrinos, pobres e enfermos.  Já nos séculos XI e XIV  houve uma mudança nas formas de alojamento em virtude  do desenvolvimento da economia, que passa de hospitalidade  privada para a hospitalidade pública e paga.

Resolvi colocar de forma resumida o conceito pelo olhar de cada autor.  Vale a leitura!!
Finley (1965) em seu “O mundo de Ulisses”, nos explica, didaticamente, o surgimento e o significado da hospitalidade. Para ele, nos tempos primitivos, o homem vivia em estado de luta permanente, de guerra de morte contra o estrangeiro. A seguir, intervieram os deuses e, com seus preceitos, apresentaram aos homens o dever de hospitalidade. Desde então, o homem teria de seguir o difícil caminho entre dois pólos: a realidade de uma sociedade em que o estrangeiro era uma ameaça e o novo ideal moral, “abençoado pelos deuses” e chancelado por Zeus Xenios “protetor do hóspede e do hospedeiro (ambos xenos). Pode-se dizer, então, que são os vínculos de hospitalidade que permitem o apaziguamento e a redução de tensão entre esses dois pólos. Como lembra Gotman, a hospitalidade tem sempre a inospitalidade como horizonte.

Visser (1990) liga o relacionamento entre o anfitrião e o hóspede através da raiz linguística comum dos dois termos. Ambas se originam de uma palavra comum indo-européia (ghostis), que significa “forasteiro” e, por meio disso, “inimigo” (hospitalidade e hostil possuem raiz similar), mas a ligação expressa neste termo simples “refere-se não tanto ao próprio povo, ao hóspede e ao anfitrião, mas ao relacionamento entre eles”. É um relacionamento baseado nas obrigações mútuas e, em última análise, na reciprocidade.  Enfim, o hóspede torna-se o hospedeiro em outra ocasião. (LASHLEY, 2004).

Baptista (2002) define a hospitalidade como um modo privilegiado de encontro interpessoal marcado pela atitude de acolhimento em relação ao outro. As práticas de hospitalidade deverão marcar todas as situações da vida, ou seja, a hospitalidade não deverá ficar circunscrita à disponibilidade para receber o turista, o visitante que chega de fora e está de passagem pela cidade, é necessário que esta atitude de acolhimento e cortesia, seja a todo o próximo, seja o vizinho, o colega de trabalho, um desconhecido.
Derrida (2003), a hospitalidade é, por definição, incondicional, ela está sempre condicionada pelas condições da realidade. Daí o seu oposto, seu paradoxo, sua impossibilidade. Para este autor, a hospitalidade é o nome geral para todas as nossas relações com o outro”.

Para Boff (2005) a hospitalidade é utopia e prática, integra o sonho e a realidade em suas margens. Ou, como ele mesmo diz: A hospitalidade é antes de mais nada uma disposição da alma, aberta e irrestrita. Ela, como o amor incondicional, em princípio, não rejeita nem discrimina a ninguém. É simultaneamente uma utopia e uma prática. Como utopia representa um dos anseios mais caros da história humana: de ser sempre acolhido independente da condição social e moral e de ser tratado humanamente. Como prática cria as políticas que viabilizam e ordenam a acolhida. Mas por ser concreta sofre os constrangimentos e as limitações das situações dadas.

A hospitalidade é também, segundo Montandon (2003) “uma maneira de se viver em conjunto, regida por regras, ritos e leis”.   Nesse sentido, a hospitalidade é “concebida não apenas como uma forma essencial de interação social, mas também como uma forma própria de humanização, ou no mínimo, uma das formas essenciais de socialização”.

Já Lashley(2004) utiliza-se da reflexão de Visser para afirmar que a hospitalidade é relacionamento. A hospitalidade, sendo a base da sociedade, tem como função estabelecer relacionamentos ou promover um relacionamento já estabelecido. É a possibilidade de encontros que podem levar à relacionamentos, propiciando a troca e o benefício mútuo para o anfitrião e o hóspede.
Se o intuito da hospitalidade é criar e manter relações sociais, o ambiente que a pessoa está passa a ter significado, criando identidade e memória com o mesmo (MARCHES; ANTONIO; SOUZA; CASTALDELLI, 2008).

Selwin (2004) reafirma essa idéia, sobre a função básica da hospitalidade que, segundo ele, além de estabelecer um relacionamento, promove relacionamentos já existentes: Os atos relacionados com a hospitalidade, desse modo, consolidam estruturas de relações, afirmando-as simbolicamente, ou (no caso do estabelecimento de uma nova estrutura de relações) são estruturalmente transformativas. No segundo caso, os que dão e/ ou os que recebem hospitalidade não são mais os mesmos, depois do evento, como eram antes (aos olhos de ambos, pelo menos). A hospitalidade transforma: estranhos em conhecidos, inimigos em amigos, amigos em melhores amigos, forasteiros em pessoas íntimas, não-parentes em parentes.

Nestes tempos “complexos e frágeis em que vivemos” (BAPTISTA, 2005) a hospitalidade aponta para um modelo de relação, a ser resgatado, no qual se compartilha cuidados e conhecimentos, na qual se aguarda e atenta para o outro.

Vale lembrar que as organizações hoteleiras que se abrigam sob a denominação hospitalidade, também não hesitam em definir hospitalidade como hotelaria.

Basta ver como a hospitalidade é complexa, não há um consenso único sobre o que ela significa, mas o que há de comum é que ela tem um significado de agregação de valor para os homens. Quem sabe bem de perto com o espírito e a ação de servir.
4- Compaixão
NENHUM SER HUMANO PODE ENCONTRAR A FELICIDADE ENQUANTO A SEU LADO EXISTIR O SOFRIMENTO DE OUTROS SERES !
Sim, porque como provavelmente é claro para a maioria das pessoas, tudo o que o ser humano faz, atrás do que corre, em troca do que ele acaba desgastando sua vida, nada mais é do que a busca da felicidade, da tentativa de ser feliz neste mundo. E para isso ele não mede esforços. Nada vê à sua frente. Abre mão de inúmeras coisas em troca de outras que ele, sabe lá por qual critério, definiu como sendo aquilo que o conduzirá à felicidade.
No entanto, à medida que vai conseguindo todas essas coisas, percebe que a tão sonhada felicidade não acontece, e então passa a desejar outras, e outras, e outras, e assim indefinidamente. E nesse processo, enquanto corre desesperadamente atrás da felicidade, quantas pessoas, animais, plantas, e o seu próprio meio ambiente ele sacrifica.
Nada que estorve seu projeto pode ficar no caminho. E ele a tudo afasta, sem se preocupar com o que está fazendo, e muito menos com as consequências do que está fazendo, para si e para os outros.

A felicidade só poderia realmente existir se todas as pessoas, todos os seres, pudessem participar dela. Se cada ser humano, cada animal, cada planta, cada mineral, são todos parte de uma única Essência Cósmica Universal, tudo o que acontece a uma dessas partes, reflete no Todo.
Assim, se somente alguns seres promovem o bem para si, esquecendo os demais, estão apenas acentuando o desequilíbrio da Grande Engrenagem do Universo. Para que fosse possível a ocorrência da felicidade, esta deveria abranger todos os seres, quando então não haveria qualquer tipo de desequilíbrio ou desarmonia.
As pessoas sonham coisas diferentes. Portanto, para falar em felicidade, devemos sair do âmbito do material. Felicidade tem que ser algo comum a todos.
Nesse sentido, não pode estar ligada a coisas materiais, mas sim e tão somente ao processo de autodesenvolvimento do indivíduo, quando então cada ser descobre efetivamente a sua Essência Divina, e a partir daí lhe são reveladas as leis que deverão nortear, a partir de então, seus pensamentos, atitudes e ações.
Essas leis é que são comuns. E só a partir de objetivos comuns, e leis comuns a todos, é que pode haver uma só direção, é que todos podem chegar ao mesmo lugar.

O que é Compaixão?

A partir do enfoque aqui apresentado com relação ao conceito de Felicidade, vamos tratar agora do conceito de Compaixão.
Muita gente, talvez a maioria das pessoas, confunde compaixão com pena. Mas uma coisa não tem nada a ver com outra.
Sentir pena de algum ser ou do que quer que seja, significa que estamos nos sentindo numa condição superior à daquele ser, no sentido de que nos encontramos em uma situação melhor do que a dele, por não estarmos passando pelo mesmo sofrimento que ele vive naquele momento.
E nesse caso, geralmente nos permitimos algum tipo de julgamento quanto a esse ser, ou mesmo quanto à situação que originou esse sofrimento.
Ter compaixão, no entanto, significa colocar-se incondicionalmente ao lado do outro, sem qualquer tipo de julgamento quanto à situação que ele está vivenciando, sem nenhum outro sentimento que não seja o de propiciar alívio à situação na qual aquele ser se encontra.
Compassividade é portanto um abrir incondicional do próprio coração, uma doação incondicional da própria energia, para que o outro ser consiga superar suas dificuldades, DESDE QUE ELE ACEITE RECEBER ESSA ENERGIA.
E é nessa linha que vamos apresentar algumas reflexões.
Na nossa atribulada vida diária, é comum nos defrontarmos com inúmeras situações infelizes, que até chegam a nos comover, e muitas vezes, chegar às lágrimas. Ficamos tão condoídos, tão amargurados, tão contritos com o que vemos, e nos aborrecemos tanto, ao ponto de ter o nosso dia comprometido.
No entanto, não fazemos absolutamente nada com relação ao fato que originou nossa reação. ISSO É SENTIR PENA!
Julgamos, avaliamos, nos revoltamos, nos posicionamos, etc., e cruzamos os braços, e voltamos às nossas tarefas diárias, aos nossos compromissos, à nossa família, aos nossos afazeres, como se a vida pudesse continuar normalmente, apesar daquilo.

Compaixão não é isso

A compaixão exige de nós uma atitude, uma ação. Exige que nos coloquemos na situação em questão, e que nos ofertemos, ou a algo de nós mesmos, para que essa situação se resolva. Exige que estejamos presentes, que sejamos atuantes, que nos posicionemos.
Exige, enfim, a nossa DISPONIBILIDADE PARA OFERTAR ALGO DE NÓS MESMOS PARA QUE A SITUAÇÃO EM QUESTÃO SE RESOLVA, E QUE AQUELE SER NELA ENVOLVIDO POSSA FINALMENTE SAIR DAQUELE PROBLEMA. SERÁ QUE ALGUMA VEZ PARAMOS PARA AVALIAR AS COISAS DESSA MANEIRA?
Talvez não, porque isso provavelmente nos incomodará terrivelmente. Por que? Porque exigirá que saiamos do nosso comodismo, da nossa indiferença, do nosso descompromisso, da nossa ” piedade descomprometida “, que não leva a nada, a não ser ao fortalecimento do nosso ego, porque então pensamos:
Como somos bons! Sentimos pena! Somos capazes de nos comover ante o sofrimento do outro! O mundo não precisa das nossas lágrimas. Ele já as tem demais! Mas há ainda um outro aspecto relativo à compaixão: é a profunda compreensão e consequente comunhão com o sofrimento do outro.
É o estabelecer uma sintonia energética, que nos torne capazes de realmente dividir com o outro suas dores, não no sentido de entrarmos nós naquela energia de sofrimento, mas de criar um cordão energético que puxe o outro para fora de sua dor.
É exatamente por isso que a compaixão exige de nós uma ação. Porque procurando sentir o sofrimento do outro, a ação para procurar resolver a situação acaba surgindo naturalmente. Aqui é importante ressaltar a atitude daquele para o qual ofertamos o auxílio, que deverá ser a sua atitude pessoal de busca. A pessoa precisa querer ser ajudada, precisa querer reagir, caminhar.
Precisa estar disposta a abrir-se também, para receber a energia do outro. Essa abertura é fundamental. Sem ela, nenhuma ação efetiva é possível, ou melhor, essa ação até pode ocorrer no âmbito externo, mas jamais atingirá o ser interior, que é exatamente aquele que pode LEVANTAR-SE E CAMINHAR !

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